O Dia do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho, é uma data criada por autistas e para autistas. Seu principal objetivo é promover a conscientização a partir da ótica da representatividade, isto é, ele procura lembrar a todos que ninguém tem mais propriedade para falar sobre as características e sentimentos de um indivíduo neuroatípico do que ele mesmo.
Por esse motivo, convidamos Kattari Dias, autista e designer de redes aqui do Instituto, para uma conversa cheia de conteúdo sobre o TEA. Confira na íntegra e muito mais no artigo a seguir.
O Dia do Orgulho Autista foi estabelecido em 2005 pela organização Aspies for Freedom, nome que faz referência ao antigo termo “Asperger”. A data foi criada para fortalecer o movimento da neurodiversidade por quem faz parte dele, lembrar que autistas podem ser 100% funcionais e esclarecer à sociedade que o autismo não é uma doença, mas sim uma condição. E uma condição que pode apresentar uma infinidade de maneiras diferentes de se expressar, do caso mais leve ao mais severo.
É importante ressaltar que quem idealiza a comemoração são autistas, e para autistas. Ela enfatiza seu forte aspecto de representatividade e traz uma perspectiva única e genuína sobre a vivência no espectro.
Nos últimos anos, temos observado um aumento significativo no número de casos de autismo. Será por que a população está se informando e se capacitando para entender e perceber esses casos ou por que eles estão realmente aumentando? Seja da forma que for, estima-se que existam cerca de 2 milhões de autistas no Brasil.
No entanto, apesar dessa evolução, a conscientização e o conhecimento sobre o autismo ainda não acompanham essa realidade. As necessidades das pessoas no espectro, muitas vezes, não são vistas, porque os estereótipos e preconceitos enraizados na sociedade as escondem. A disseminação de informações está cada vez maior, porém, ainda não é ideal!
Uma das principais contribuições do Dia do Orgulho Autista é proporcionar um sentimento de pertencimento e identidade para as pessoas no espectro. O diagnóstico de autismo pode trazer respostas e esclarecimentos para muitas questões que acompanharam essas pessoas ao longo de suas vidas. Ao se reconhecerem como autistas e terem orgulho de sua identidade, os indivíduos no espectro encontram apoio mútuo e fortalecem sua autoestima, o que os impulsiona a buscar seus direitos e lutar por uma sociedade mais justa.
Entender que não tem nada de errado em ser autista é celebrar a diferença, é não ter vergonha e sim orgulho, afinal, o TEA nada mais é do que um transtorno que faz com que o cérebro se forme de maneira diferente, e dentro dele a variedade de habilidades e perspectivas que existem são infinitas.
O Dia do Orgulho Autista desempenha um papel crucial na desconstrução de ideias preconcebidas ao dar voz aos próprios indivíduos neuroatípicos e permitir que eles compartilhem suas experiências, conquistas e desafios. Nesse sentido, isso ajuda a desmistificar concepções equivocadas e a promover uma visão mais inclusiva e respeitosa da diversidade neurocognitiva.
Em conversa com a nossa fundadora, Mayra Gaiato, o designer das redes sociais dela e do Instituto Singular, Kattari Dias, que é autista e teve o diagnóstico tardio, conta que, quando você não tem orgulho de quem se é, a vida fica mais difícil. Porque o mundo não é concebido para autistas, não é adaptado, é hostil.
Confira abaixo e na íntegra essa conversa recheada de conteúdo e troca de experiências: